terça-feira, 17 de março de 2009

Psicologia dos Contos de Fadas

Infelizmente, muitos pais desejam ver seus filhos com as cabeças funcionando racionalmente como as suas, e acreditam que a maturidade deles dependa exclusivamente do ensinamento lógico oferecido pela maioria das escolas que, via de regra, em nossa sociedade moderna, nada mais fazem que repassar um conteúdo pedagógico desprovido de maiores significados para a vida. Esquecem-se de explorar os sentimentos como fundamental ingrediente para a formação do caráter e, ainda que bem alfabetizem, desconsideram os contos de fadas como se estes só gerassem confusões quanto aos conceitos sólidos de realidade que devem ser ensinados às crianças. Pecam gravemente por isso.
Afinal, a sabedoria não é coisa que nasça pronta como a deusa Palas Atena, que, inteiramente formada, pulou fora da cabeça de Zeus; é antes algo delicado, que se constrói desde os tenros anos da infância, e que passa necessariamente por um estágio primevo, irracional, de extraordinário potencial que só se desdobrará convenientemente num bem explorado e maduro psiquismo. Obrigatoriamente, isto nos leva à necessidade de lidar com nossos sentimentos. O mundo interior, desconhecido pela consciência intelectualizada, encerra segredos legítimos, guarda metade de nós mesmos, e sua assimilação é imprescindível para todo aquele que deseje conhecer-se melhor ou que esteja buscando respostas honestas para os enigmas da existência
Neste particular, os contos de fada cumprem relevante papel. São expressão cristalina e simples de nosso mundo psicológico profundo. De estrutura mais simples que os mitos e as lendas, mas de conteúdo muito mais rico que o mero teor moral encontrado na maioria das fábulas, são os contos de fada a fórmula mágica capaz de envolver a atenção das crianças, despertando-lhes (idem nos adultos sensíveis) sentimentos e valores intuitivos que clamam por um desenvolvimento justo, tão pleno quanto possa vir a ser o do prestigiado intelecto.
Em essência, os contos de fada podem ser vistos como pequenas obras de arte, capazes que são de nos envolver em seu enredo, de nos instigar a mente e comover-nos com a sorte de seus personagens. Causam impacto em nosso psiquismo porque tratam das experiências cotidianas, e permitem que nos identifiquemos com as dificuldades ou alegrias de seus heróis, cujos feitos narrados expressam, em suma, a condição humana frente às provações da vida. Não fossem assim tão verdadeiros ao simbolizar nosso caminho pessoal de desenvolvimento, apresentando-nos as situações críticas de escolha que invariavelmente enfrentamos, não despertariam nem sequer o interesse nas crianças que buscam neles, além da diversão, um aprendizado apropriado à sua segurança. Neste processo, cada criança depreende suas próprias lições dos contos de fadas que ouve, sempre consoante seu momento de vida, e extrai das narrativas, ainda que inconscientemente, o que de melhor possa aproveitar para aí ser aplicado. Oportunamente, pede que seus pais lhes contem de novo esta ou aquela história, quando revive sentimentos que vão sendo trabalhados a cada repetição do drama, ampliando assim os significados aprendidos ou substituindo-os por outros mais eficientes, conforme as necessidades do momento. Desde a remotíssima antigüidade (especialistas apontam para uma tradição oral que começa há mais de 25.000 anos), a relação de qualquer criança com o mundo sempre dependeu dos relatos míticos e religiosos, cujos elementos básicos constituintes encontram-se espalhados por uma miríade de células narrativas de caráter mágico, as quais denominamos contos de fadas.
Platão, século V a.C., no Livro III da República, propunha educar seus cidadãos por um mito próprio que lhes explicasse a origem de suas castas; em outros escritos informa que em seu tempo era função das mulheres narrar às crianças as alegorias, às quais chamou de mythoi. Data histórica mais antiga nos leva diretamente à fonte do popular tema dos "Dois Irmãos", um dos quais geralmente é bom, o outro nem tanto, encontrado em quase todos os folclores. Ela se acha escrita no papiro egípcio Orbiney (nome de seu antigo possuidor) datado de 1210a.C., que se encontra completo e preservado no Museu Britânico. Relata as desavenças entre dois irmãos, projetadas na dupla de deuses Anúbis e Bata, que vivem brigando entre si, mas dependem mutuamente um do outro. Entretanto, a ocorrência desta história parece ser ainda mais arcaica.

Por que nos imprecionam tanto os contos de fadas?

Por certo, não apenas pelos expoentes citados que se dedicaram à sua compilação, visto que tais contos sempre foram populares como tradição oral, mas, antes, porque suas histórias são instigantes. Não há como alcançar completamente seu sentido em termos puramente intelectuais, fato que nos desperta a percepção intuitiva.
A fantasia, irracional a ponto de permitir que a vovó engolida pelo lobo mau permaneça viva em sua barriga até ser salva, ou que Bela Adormecida durma enfeitiçada um sono de cem anos, e João suba num pé de feijão até alcançar no céu o castelo de um gigante, justamente pelo inverossímil que expõe, provoca uma reviravolta em nosso mundo psíquico que, estimulado, aguça-se na tentativa de compreendê-la. E não há como explicá-la pelos padrões da razão metódica. A história de fadas é per si sua melhor explicação, do mesmo modo que as obras de arte encerram aspectos que fogem do alcance do intelecto, já que suscitam emoções capazes de comover os que diante delas se colocam. O significado desses contos está guardado na totalidade de seu conjunto, perpassado pelos fios invisíveis de sua trama narrativa. Claro que, diante desse mistério, muitas formas de abordá-lo são possíveis e igualmente válidas, posto que acrescentam luz à sua compreensão.
O psicanalista austríaco Bruno Bettelheim (1903-1990), por exemplo, em seu precioso estudo Usos do encantamento: significado e importância dos contos de fadas (em Português, A Psicanálise dos Contos de Fada, ed. Paz e Terra), argumenta: "Os psicanalistas freudianos se preocupam em mostrar que tipo de material reprimido ou inconsciente está subjacente nos mitos e contos de fada, e como estes se relacionam aos sonhos e devaneios. Já os junguianos, ele continua, frisam em acréscimo que as figuras e os acontecimentos destas histórias estão de acordo com fenômenos arquetípicos, e simbolicamente sugerem a necessidade de se atingir um estado mais elevado de autoconfiança, uma renovação interna conseguida à custa de forças inconscientes que se tornam disponíveis ao indivíduo".
O próprio Jung disse certa vez que "nos contos de fadas melhor podemos estudar a anatomia comparada da psique". Quis dizer com isso, explica-nos sua discípula Marie Louise von Franz em Interpretação dos Contos de Fadas (ed. Paulus) que os contos de fadas espelham a estrutura mais simples, ou o "esqueleto" da psique, e que suas muitas peças acabam por fundir-se, compondo os grandes mitos que expressam toda uma produção cultural mais elaborada. O estudioso clássico E. Schwizer demonstra como, por exemplo, o mito de Hércules foi sendo aos poucos espontaneamente "montado" a partir de histórias separadas, todas temas centrais de seus respectivos contos de fadas.
Fenômeno semelhante ocorre, aponta-o o historiador Homero Pimentel, no campo da literatura clássica, onde se registra a corriqueira absorção de temas arquetípicos encontráveis nos contos de fadas, como a figura típica da madrasta má que ordena a seu servo que mate Branca de Neve, bem aproveitada por Shakespeare em sua peça Péricles, Príncipe de Tiro. E talvez o literato britânico não alcançasse tanto sucesso não fosse seu costume de ler contos de fadas.
Branca de Neve, a propósito, cuja narrativa remonta há mais de mil anos, permite inúmeras interpretações à luz da psicanálise ou da psicologia junguiana. Prefiro ver neste conto, contudo, uma das jóias raras produzidas pelo saber dos alquimistas. Na alegoria de "Branca de Neve" estão depositados inúmeros segredos do ocultismo. A rainha, que morre ao parir, fora bem clara em seu desejo: "Quero ter uma filha de pele alva como a neve, lábios vermelhos como o sangue, e cabelos tão negros quanto a noite!" É como começam as versões originais deste fabuloso conto. Implícita está, desde o início, a alusão às três grandes fases da transmutação alquímica: albedo (o branco), rubedo (o vermelho) e nigredo (o negro). Expulsa de seu castelo aos 7 anos, a menina é abandonada pelo servo na floresta; miticamente, este é o lugar desconhecido onde primeiro nos perdemos na busca da verdade. A casa dos 7 anões representa o núcleo orientador capaz de nos levar de volta ao caminho iniciático dos alquimistas. E os anões, todos mineradores da caverna, representam a necessidade de trabalharmos nossas entranhas em busca do ouro filosofal. Na alegoria do 7 acham-se velados os 7 metais alquímicos, bem como seus 7 planetas regentes, também os 7 degraus para o preparo da Pedra Filosofal. A madrasta, por sua vez, traduz arquetipicamente os perigos do caminho de provações, revelando-se como bruxa perdida (por estar presa à vaidade) na busca da beleza eterna, enganada quanto à natureza do "Elixir da Longa Vida". Ela morrerá em desgraça, e Branca de Neve, após pagar o preço de sua ingenuidade, acabará por renascer de sua morte simbólica nos braços de seu príncipe encantado, a representar a coroação dos ideais da alma. Mas a complexidade desta análise alquímica nos levaria a outra matéria; paremos por aqui. Parafraseando Michael Ende, autor da saga A História sem Fim: "Esta é uma outra história e terá de ser contada em outra ocasião..."

O que são contos de fadas?

Foram os franceses, no século XVII, a criar o termo conte de fée, ou conto de fadas, que depois vem a dar em inglês o fairy tale. Antes disso, o conto de fadas não existia propriamente. Havia contos de tradição oral, sobretudo no Centro da Europa, que iam buscar, de forma muito dispersa, elementos ao mito, às grandes tradições religiosas, a simbólicas de vários tipos, à literatura antiga, à medieval. São contos que evoluem de uma série de elementos sincréticos, que se vão desenvolvendo e constituindo em narrativas. A partir do século XVII emergiu uma tradição erudita do conto de fadas, que ganha força com contadores de histórias como Charles Perrault, que a recolhem a partir da tradição oral e a reescrevem. O conto de fadas moderno, tal como o conhecemos, tem origem nessa tradição erudita, promovida por pessoas como Perrault, os Irmãos Grimm, Hans Christian Andersen. Deste modo, passou a ser uma forma de cultura elaborada e deixou de ser uma mera literatura oral cultivada e transmitida sobretudo pelas populações rurais, tornando-se uma cultura de salão.

Está a perder-se a tradição dos contos de fadas?

Hoje prefere pôr-se a criança em frente à televisão do que contar-lhe uma história. E os adultos também têm uma relação estranha com o tempo. Acho que a maior parte dos adultos tem um problema complicado que é não saber lidar com o seu próprio crescimento. Eu, como toda a gente, faço montes de coisas. Mas uma coisa é certa: tenho tempo para contar contos de fadas ou para escutar alguém que diga que precisa de falar comigo. Sou capaz de rupturas para isso. Quando abdicamos de imprevistos, de espaços novos na nossa vida, começamos a caminhar para a morte. Porque não conseguimos introduzir vectores de criatividade, de novidade nas nossas vidas. O conto de fadas convence-nos de que somos capazes de criar essas rupturas.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Branca de Neve e os 7 anões

Num dia muito frio, uma bela rainha estava sentada perto da janela, bordando um lençol de nenê. Sem querer, ele espetou o dedo na agulha e caíram três

gotas de sangue. Então a rainha olhou para fora e fez um pedido:

- Quero ter uma filha de pele branca como a neve que está caindo, cabelos pretos como a madeira desta janela e boca vermelha como o sangue que saiu do meu dedo.


Alguns meses depois, a rainha deu à luz uma menina do jeitinho que tinha pedido.

E resolveu chamá-la de Branca de Neve.

Dia e noite ela ficava do lado da filha, cuidando dela com muito amor e carinho.

Mas a rainha morreu antes de criar a filha como queria.

O rei chorou durante meses, até que conheceu uma princesa lindíssima e se casou com ela. A princesa só tinha beleza, porque o resto nela era só vaidade, orgulho e malvadeza. O dia todo ficava na frente do espelho, perguntando:

- Espelho, espelho meu, existe no mundo mulher mais bonita do que eu?

E o espelho, que era mágico, dizia:

- Não, rainha, você é a mais linda.

Enquanto a rainha conversava com o espelho,

Branca de Neve crescia bonita





como ela só, era de uma formosura que não tinha igual no planeta inteiro.
Tanto assim que um dia a rainha ouviu do espelho uma resposta que não esperava:

- Sim, existe outra muito mais bonita que você.

- E quem é essa atrevida? - perguntou ela.

- Branca de Neve!

Desde então a rainha que era má, começou ameaçá-la.

Branca de Neve com medo foi se refugiar na floresta,na casa dos sete anões.

Foi muito bem aceita pelos anões,

pois ela cozinhava, lavava e passava para os sete anõezinhos.

Todos eram felizes naquela casa.

Todos os dias como de costume os anões saíam para trabalhar e deixavamBranca de Neve cuidando da casa.

Enquanto isso a rainha preparava um plano mirabolante,

transforma-se na bruxa mais horripilante e má. . . .

De repente surpreendentemente aparece na janela uma velhinha pedindo água à Branca de Neve.

Ela muito boa recebe a velha e esta em agradecimento oferece à Branca de Neve uma maçã, e pede a ela que dê uma mordida e faça um pedido.

Mal sabia ela que aquela velha era a rainha, sua madrasta,aplicando-lhe o golpe fatal.








Infelizmente Branca de Neve não resistiu e caiu no sono da morte.








anões chegaram logo após, mas não conseguiram impedir que mordesse a maçã, mas conseguiram finalmente acabar com a bruxa, perseguiram-na até que despencou de um penhasco, morrendo em seguida.



A tristeza toma conta dos anõezinhos.
















Quando de repente um jovem aproxima-se de Branca de Neve, naquele sono profundo e lhe dá um beijo apaixonado.






Imediatamente Branca de Neve desperta do sono da morte e vai embora c
om seu príncipe, agradecendo aos anões por tudo que fizeram por ela





Rapunzel

Era uma vez um casal que há muito tempo desejava inutilmente ter um filho.


Os anos se passavam, e seu sonho não se realizava. Afinal, um belo dia, a mulher percebeu que Deus ouvira suas preces.


Ela ia ter uma criança!Por uma janelinha que havia na parte dos fundos da casa deles, era possível ver, no quintal vizinho, um magnífico jardim cheio das mais lindas flores e das mais viçosas hortaliças.


Mas em torno de tudo se erguia um muro altíssimo, que ninguém se atrevia a escalar. Afinal, era a propriedade de uma feiticeira muito temida e poderosa.


Um dia, espiando pela janelinha, a mulher se admirou ao ver um canteiro cheio dos mais belos pés de rabanete que jamais imaginara. As folhas eram tão verdes e fresquinhas que abriram seu apetite.


E ela sentiu um enorme desejo de provar os rabanetes.A cada dia seu desejo aumentava mais. Mas ela sabia que não havia jeito de conseguir o que queria e por isso foi ficando triste, abatida e com um aspecto doentio, até que um dia o marido se assustou e perguntou:


— O que está acontecendo contigo, querida?


— Ah! — respondeu ela. — Se não comer um rabanete do jardim da feiticeira, vou morrer logo, logo!


O marido, que a amava muito, pensou: “Não posso deixar minha mulher morrer… Tenho que conseguir esses rabanetes, custe o que custar!”


Ao anoitecer, ele encostou uma escada no muro, pulou para o quintal vizinho, arrancou apressadamente um punhado de rabanetes e levou para a mulher. Mais que depressa, ela preparou uma salada que comeu imediatamente, deliciada.


Ela achou o sabor da salada tão bom, mas tão bom, que no dia seguinte seu desejo de comer rabanetes ficou ainda mais forte. Para sossegá-la, o marido prometeu-lhe que iria buscar mais um pouco.Quando a noite chegou, pulou novamente o muro mas, mal pisou no chão do outro lado, levou um tremendo susto: de pé, diante dele, estava a feiticeira.


— Como se atreve a entrar no meu quintal como um ladrão, para roubar meus rabanetes? — perguntou ela com os olhos chispando de raiva. — Vai ver só o que te espera!


— Oh! Tenha piedade! — implorou o homem. — Só fiz isso porque fui obrigado! Minha mulher viu seus rabanetes pela nossa janela e sentiu tanta vontade de comê-los, mas tanta vontade, que na certa morrerá se eu não levar alguns!


A feiticeira se acalmou e disse: — Se é assim como diz, deixo você levar quantos rabanetes quiser, mas com uma condição: irá me dar a criança que sua mulher vai ter. Cuidarei dela como se fosse sua própria mãe, e nada lhe faltará.


O homem estava tão apavorado, que concordou. Pouco tempo depois, o bebê nasceu. Era uma menina. A feiticeira surgiu no mesmo instante, deu à criança o nome de Rapunzel e levou-a embora.Rapunzel cresceu e se tomou a mais linda criança sob o sol.


Quando fez doze anos, a feiticeira trancou-a no alto de uma torre, no meio da floresta. A torre não possuía nem escada, nem porta: apenas uma janelinha, no lugar mais alto. Quando a velha desejava entrar, ficava embaixo da janela e gritava


:— Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!


Rapunzel tinha magníficos cabelos compridos, finos como fios de ouro. Quando ouvia o chamado da velha, abria a janela, desenrolava as tranças e jogava-as para fora.


As tranças caíam vinte metros abaixo, e por elas a feiticeira subia. Alguns anos depois, o filho do rei estava cavalgando pela floresta e passou perto da torre.


Ouviu um canto tão bonito que parou, encantado.Rapunzel, para espantar a solidão, cantava para si mesma com sua doce voz.Imediatamente o príncipe quis subir, procurou uma porta por toda parte, mas não encontrou. Inconformado, voltou para casa.


Mas o maravilhoso canto tocara seu coração de tal maneira que ele começou a ir para a floresta todos os dias, querendo ouvi-lo outra vez.Em uma dessas vezes, o príncipe estava descansando atrás de uma árvore e viu a feiticeira aproximar-se da torre e gritar:


“Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!”. E viu quando a feiticeira subiu pelas tranças. “É essa a escada pela qual se sobe?”, pensou o príncipe. “Pois eu vou tentar a sorte…


”.No dia seguinte, quando escureceu, ele se aproximou da torre e, bem embaixo da janelinha, gritou:


— Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças! As tranças caíram pela janela abaixo, e ele subiu. Rapunzel ficou muito assustada ao vê-lo entrar, pois jamais tinha visto um homem.


Mas o príncipe falou-lhe com muita doçura e contou como seu coração ficara transtornado desde que a ouvira cantar, explicando que não teria sossego enquanto não a conhecesse.
Rapunzel foi se acalmando, e quando o príncipe lhe perguntou se o aceitava como marido, reparou que ele era jovem e belo, e pensou: “Ele é mil vezes preferível à velha senhora…”.


E, pondo a mão dela sobre a dele, respondeu: — Sim! Eu quero ir com você! Mas não sei como descer… Sempre que vier me ver, traga uma meada de seda. Com ela vou trançar uma escada e, quando ficar pronta, eu desço, e você me leva no seu cavalo.


Combinaram que ele sempre viria ao cair da noite, porque a velha costumava vir durante o dia. Assim foi, e a feiticeira de nada desconfiava até que um dia Rapunzel, sem querer, perguntou a ela:


— Diga-me, senhora, como é que lhe custa tanto subir, enquanto o jovem filho do rei chega aqui num instantinho?


— Ah, menina ruim! — gritou a feiticeira. — Pensei que tinha isolado você do mundo, e você me engana!


Na sua fúria, agarrou Rapunzel pelo cabelos e esbofeteou-a. Depois, com a outra mão, pegou uma tesoura e tec, tec! cortou as belas tranças, largando-as no chão. Não contente, a malvada levou a pobre menina para um deserto e abandonou-a ali, para que sofresse e passasse todo tipo de privação.


Na tarde do mesmo dia em que Rapunzel foi expulsa, a feiticeira prendeu as longas tranças num gancho da janela e ficou esperando. Quando o príncipe veio e chamou: “Rapunzel! Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!”, ela deixou as tranças caírem para fora e ficou esperando.


Ao entrar, o pobre rapaz não encontrou sua querida Rapunzel, mas sim a terrível feiticeira. Com um olhar chamejante de ódio, ela gritou zombeteira: — Ah, ah! Você veio buscar sua amada?


Pois a linda avezinha não está mais no ninho, nem canta mais! O gato apanhou-a, levou-a, e agora vai arranhar os seus olhos! Nunca mais você verá Rapunzel! Ela está perdida para você! Ao ouvir isso, o príncipe ficou fora de si e, em seu desespero, se atirou pela janela.


O jovem não morreu, mas caiu sobre espinhos que furaram seus olhos e ele ficou cego. Desesperado, ficou perambulando pela floresta, alimentando-se apenas de frutos e raízes, sem fazer outra coisa que se lamentar e chorar a perda da amada.


Passaram-se os anos. Um dia, por acaso, o príncipe chegou ao deserto no qual Rapunzel vivia, na maior tristeza, com seus filhos gêmeos, um menino e uma menina, que haviam nascido ali. Ouvindo uma voz que lhe pareceu familiar, o príncipe caminhou na direção de Rapunzel.


Assim que chegou perto, ela logo o reconheceu e se atirou em seus braços, a chorar. Duas das lágrimas da moça caíram nos olhos dele e, no mesmo instante, o príncipe recuperou a visão e ficou enxergando tão bem quanto antes. Então, levou Rapunzel e as crianças para seu reino, onde foram recebidos com grande alegria. Ali viveram felizes e contentes.

quarta-feira, 11 de março de 2009

A Bela Adormecida

Era uma vez um rei e uma rainha muito tristes porque não tinham filhos.






Até que um dia nasceu uma linda princesinha que eles chamaram de Aurora.



No dia do batizado vieram três fadas madrinhas, Fauna, Flora e Primavera para dar-lhes os seus presentes.
Flora a presenteou com grande beleza e Fauna com uma maravilhosa voz para o canto.

Mas antes que Primavera pudesse dizer qual era o seu presente, um furacão invadiu o palácio, e com ele entrou Malévola, a Bruxa do Mal.

Furiosa por não ter sido convidada para a festa. Malévola jogou na inocente criança uma terrível maldição:

- No dia em que completar 16 anos, Aurora espetará o dedo no fuso de uma roca de fiar e morrerá.



Após pronunciar estas palavras horríveis, ela sumiu no ar. Por sorte, ainda faltava o presente de Primavera:

- Minha magia não é tão forte quanto a de Malévola, por isso só posso tentar atenuar a maldição. Aurora não morrerá, mas entrará num sono profundo, do qual só vai despertar com um beijo de amor sincero.

A pequena princesa foi colocada sob a guarda das três fadas madrinhas, que a levaram para o bosque.

Os anos se passaram sem que ninguém soubesse onde estava a princesa, nem mesmo a bruxa malvada.










Passeando e cantando no bosque, a princesa encontra um jovem cavaleiro que andava ali por perto, Felipe.

Os dois conversaram a tarde toda e se apaixonaram.


Enquanto isso as fadinhas preparavam uma linda festa de aniversário.







Como as coisas na cabana não davam certo, resolveram usar suas varinhas e tantas mágicas que fizeram, que o pó colorido escapou pela chaminé e chamou a atenção do corvo de Malévola.


Quando Aurora chegou na cabana, ficou muito feliz com a festa-surpresa e adorou o lindo vestido. Contou que estava apaixonada.

Quando souberam de tudo, ao invés de ficarem contentes as fadas ficaram tristes e então disseram toda a verdade para Aurora.


Ela estaria, como princesa prometida para outro homem. A pobre princesa chorou muito e depois seguiram para o castelo de seu pai.







A malvada bruxa resolveu tomar providências. Hipnotizou Aurora e levou-a até uma roca de fiar, a fim de espetar seu dedo no fuso.


No mesmo instante a maldição tornou-se realidade. Aurora caiu adormecida.

Desesperadas as fadas foram procurar Felipe. Contaram tudo a ele. Imediatamente pôs-se a caminho.
Com o castelo cercado de espinhos, as fadas então presentearam Felipe com o Escudo da Verdade e com a Espada de Esperança.


A bruxa malvada transforma-se num enorme dragão.

Felipe luta como pode. Quando tudo parecia perdido, Primavera veio ajudar Felipe e encantou mais uma vez a espada.

Quando ele a arremessou contra o coração do dragão, ela foi certeira e Malévola desapareceu para sempre.




O príncipe correu para a torre onde estava Aurora e, beijando-a com amor, rompeu o encanto.






A Bela Adormecida despertou e, junto com ela, todos os habitantes do reino.



E naquela noite, Aurora dançou com Felipe.

Mais tarde casaram-se e viveram muito felizes.


A Bela Adormecida - Música de Aurora

segunda-feira, 9 de março de 2009

A Bela e a Fera

Era uma vez um comerciante que morava com sua filha.



Uma moça tão bonita que seu nome era Bela.

Voltando de uma viagem, o mercador viu um castelo com um lindo jardim cheio de flores. Resolveu levar uma rosa para Bela.







Quando ele colheu a rosa daquele jardim, uma Fera apareceu e disse:

- Você não devia mexer no meu jardim, por isso vai ser meu prisioneiro!



O comerciante respondeu:

- Perdão senhor, era um presente para minha filha!





Mas a Fera não queria saber, estava furiosa.


O mercador então pediu para a Fera deixar ele se despedir de sua filha.

Chegando em sua casa chorou, porque sua filha ficaria sozinha no mundo.

Bela então disse:


- Papai, deixe me ir com você, quero falar com a fera.

- Não adianta, minha filha! Disse o comerciante.

Mas Bela tanto insistiu que o pai levou-a com ele.

Chegando no castelo, Bela disse para a Fera:

- Deixe meu pai ir embora, ele está velho e doente, eu fico no lugar dele.

A Fera concordou e o pai de Bela muito triste foi embora.

Mais tarde . . .

Alguns dias depois...

Os dias passavam no castelo. E a Fera, mesmo muito feia, era boa e gentil com Bela.






Liam livros juntos, almoçavam e jantavam juntos.


Conversavam e brincavam no jardim,

Bela, ensinou a Fera, que os passarinhos, só estavam ali, para alegrar sua vida.

E numa das noites bailaram no castelo.

Até os objetos do castelo se animavam também!






De tão amigos, a Fera deixou Bela ir visitar seu pai.

Algumas horas depois . . .

Quando Bela voltou, encontrou a Fera muito doente.







Bela assustada disse:

- Fera, não morra, estou aqui! Eu te amo!

E beijou o rosto da Fera.


No mesmo instante, começou na Fera uma transformação.

A Fera deixou de existir e em seu lugar surgiu um lindo príncipe.

O príncipe contou para Bela que uma bruxa o enfeitiçou e ele só voltaria ao normal com um beijo de amor.


Quebrado o encanto, o príncipe e a Bela se casaram e foram felizes para sempre.


E assim, puderam se lembrar de todos os momentos que passaram juntos.


domingo, 8 de março de 2009

Cinderela

Era uma vez no tempo dos reis e rainhas, uma linda menina que se chamava Cinderela



Ela morava com uma madrasta.

A madrasta de Cinderela tinha duas filhas.


Essas irmãs de Cinderela eram duas moças muito egoístas e que não gostavam de trabalhar. Em casa, era Cinderela que tinha de fazer tudo.




Um dia Cinderela ajudou as irmãs a se vestirem para um grande baile.


Mas sua madrasta havia impedido Cinderela de ir ao baile, pois tinha afazeres domésticos para terminar. Delegou tanta coisa à Cinderela que ela jamais terminaria em tempo de ir ao baile.


Pobre Cinderela!

Seus amiguinhos, inconformados com a situação, se puseram a trabalhar, para confeccionar um lindo vestido para que Cinderela, pudesse ir ao baile também.





Sim, o vestido estava pronto e Cinderela podia ir ao baile, como suas irmãs.


Ela estava linda!



Mas, Cinderela não conseguiu terminar o seu serviço, portanto não iria ao baile, tão esperado!

De repente, do azul aparece sua madrinha para ajudá-la.



A madrinha de Cinderela agitou a varinha de condão.









Uma abóbora que havia na cozinha logo se transformou numa bela carruagem.








A roupa velha de Cinderela virou um vestido de cetim.

- Vá e se divirta - disse a velhinha



- Mas trate de voltar para casa antes de bater meia-noite.

E Cinderela chega ao baile.


Logo o príncipe se encanta e a tira para dançar.



No palácio, a beleza e a simpatia de Cinderela conquistaram a todos. O príncipe dançou com ela muitas vezes.

O tempo passou depressa e, para surpresa dela, o relógio do palácio começou a bater meia-noite. Cinderela logo se lembrou do aviso da madrinha.



Assustada, Cinderela fugiu correndo,

mas deixou cair um pequenino sapato de vidro.


O príncipe pegou o sapato e decidiu que havia de casar com a sua dona que havia conquistado o seu coração.


O príncipe procurou por todo o reino.

Finalmente chegou à casa onde morava Cinderela.

As irmãs experimentaram calçar o sapato, mas seus pés eram grandes demais.

Até que chegou a vez de Cinderela, depois de muito custo pois a madrasta havia trancado Cinderela.


Mas com a ajuda de seus amiguinhos,

ela consegue chegar a tempo de poder provar o sapatinho.

O sapato deu certinho no pé de Cinderela. Vibrando de alegria, o príncipe pediu Cinderela em casamento.



viveram felizes para sempre.